Recentemente li um artigo cujo titulo plajeio aqui. O autor conduzia o leitor a refletir como somos condicionados a padrões que nem sequer questionamos se são certos ou errados, nos acomodamos a segui-los porque outros, antes de nós, já seguiram e aparentemente deu certo. Ao final, o autor pergunta: E vc, autor, já pensou se vive dentro de um aquário pensando que vive no oceano?
O título, muito mais que o texto, me fez ficar pensativa. Será que vivo num aquário pensando que navego no oceano? Para o cumulo da coincidência – será que coincidências existem? – hoje, um grande amigo postou uma foto onde um peixinho dourado pulava de um pequeno aquário para um maior e, abaixo da foto, a legenda dizia: pode até não dar certo, mas se não tentar, como saber?
O oceano das nossas emoções vive constantemente cerceado, preso pelas paredes das convenções, o aquário das regras sociais onde navegamos em círculos concêntricos de desejos sufocados.
Há anos atrás abandonei um emprego estável: salário razoável, plano de saúde, ticket alimentação, etc e tal. Fui taxada de louca, irresponsável e tudo que se diz nesses momentos. Nunca me arrependi. Sou muito feliz sendo minha própria chefa, fazendo meu horário, determinando meu ritmo de trabalho, embora tenha que manter minhas contas na ponta do lápis e trabalhar muito e seriamente.
Tudo isso me leva a outra reflexão: Porque temos tanto medo de ser feliz? Porque pensamos que existe uma regra para ser feliz, que temos que caber em determinados parâmetros que as pessoas dizem ser o certo? O que é o certo quando se trata de ser feliz? Gente não é receita de bolo, não existe um manual para a vida feliz que se pareça a um aquário. A felicidade está no oceano, na imensidão do infinito.
Fecho os olhos e pulo. Seus braços me pegam, seguram, impedem o naufrágio. Você me toma pela mão e, com suavidade, me ensina a nadar... Qual o tamanho do oceano?
Há um sol no fundo do oceano e esse sol aquece meu peito e lentamente vou aprendendo que amar vale a pena!